sexta-feira, 8 de julho de 2011

A REVOLTA DE ABRAÃO





     Graças à sua santa revolta diante de Deus, Abraão obteve a grandeza de visão das estrelas no céu. Durante muitos anos ele vinha seguindo a direção divina, mas a certa altura, quando o medo de sua fama, por ter vencido cinco reis com apenas 318 homens, invadiu seu coração. Pensava consigo: os povos das regiões vizinhas vão pensar que quero imperar sobre suas terras. Certamente irão se juntar contra mim.
     Essa preocupação tomou conta de Abraão e o terror se apossou dele. Foi então que o Senhor lhe apareceu e disse
      Não temas, Abrão, Eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande. (Gn 15.1)

      Mas, ao invés de cobrar ânimo com tais palavras, Abraão logo manifestou a revolta que há

muito trazia no peito:
     Senhor Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha
casa é o damasceno Eliézer?… A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro. (Gn 15.2,3).

      Ao meu ver, tais palavras soam muito duras diante de Deus. Parece-me que naquele momento

Abraão estava pronto para o tudo ou nada, vida ou morte.
      Quem era ele para dirigir-se assim ao Senhor Deus?! É como se o barro estivesse falando com
o oleiro: estou cansado de ser manuseado, faz logo de mim um vaso ou então… jogue-me fora!
      Pura malcriação, falta de respeito, falta de reverência… Enfim, revolta mesmo!
      Por outro lado, aos olhos de Deus, o sentimento de Abraão era perfeitamente plausível, já que
ele vinha-Lhe obedecendo à Palavra há tanto tempo, e seu grande sonho ainda não tinha sido
concretizado. O Senhor, e somente o Senhor, compreendia sua angústia.
      Além disso, aquela manifestação de “malcriação santa”, na verdade expressava sua força em
Deus. Mostrava sua real dependência d’Ele. E isso era altamente positivo e agradava a Deus.
      Creio que essa experiência de Abraão, bem como a de Gideão, inspirou o escritor aos Hebreus escrever:
     De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe e que se torna galardoador dos que O buscam. (Hb 11.6).

      Além disso, nota-se o fato de que realmente dependia do cumprimento da promessa feita

pelo Senhor há muitos anos. “De ti farei uma grande nação...” (Gn 12.2).
      Ora, o anseio de Abraão tem de ser o mesmo daqueles que se predispõem a salvar almas.
Aquele filho tão almejado de Abraão representa as almas tão almejadas por aqueles que têm
verdadeira paixão pelas almas perdidas .
      A resposta de Deus a Abraão foi instantânea, imediata…
      A isto respondeu logo o Senhor…
      Quantas orações têm sido feitas a Deus cujas respostas têm demorado tanto, não é verdade?
Quantas vezes oramos tanto, jejuamos, fazemos vigílias e tudo o mais por apenas uma única
resposta de Deus!
      Por causa da revolta de Abraão, Deus logo o respondeu.
     Também graças à santa revolta diante do Anjo do Senhor é que Gideão foi escolhido para
salvar o povo de Israel.
     Penso que Deus permite chegarmos ao fundo do poço para despertar nossa fé sobrenatural e

tornar possíveis nossos sonhos impossíveis.

     Ao contrário da natureza humana, a fé é rude, ou seja, ela despreza qualquer tipo de sentimento,
e por isso mesmo é loucura para os que se perdem. Quem pode explicá-la?
     Quando Abraão viu seus servos em conflito com os de Ló, por causa da terra onde estavam,
ser reduzida para os rebanhos de ambos, imediatamente determinou a separação.
      Apesar dos laços familiares entre ambos, mesmo assim Abraão não hesitou em seguir só na
sua caminhada com Deus. Tamanha foi sua confiança em Deus, que propôs a Ló escolher o
melhor lado para seguir. Enquanto seu sobrinho escolheu as campinas do Jordão, Abraão partiu
para o deserto contrário.
     Do ponto de vista do homem natural, seria mais vantajoso escolher a “melhor parte” e deixar
a outra para o sobrinho. Mas sua convicção da contínua presença de Deus em sua vida preferiu
ficar com a “pior parte”.
      Loucura? Sim e não… Sim, aos olhos humanos; não, aos olhos da fé.
Que Deus abençoe todos abundantemente.

Autoria Bp. Edir Macedo


DIA 17 DE JULHO....

É TUDO OU TUDO

FÉ+REVOLTA

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